segunda-feira, 17 de julho de 2017

Dia 17


Deixa cair os braços no tempo parado. As mãos, de uma viuvez meiga, num sorriso alheio ao coração. Dedos que crescem desordenados. Encaracolados pela dor.
A escrita indecifrável, letras e números, que já foram sentido de vida. A memória mais esquecida que o torpor dos passos.
O corpo aberto à poesia que se pronuncia. A alma sedenta de amores proibidos, aclamados na emergência de um beijo roubado.

Em silêncio pronuncia: Amanhã ...
[Como que a dar sentido às rosas do jardim].

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Dia 16


Sentada em frente a um aglomerado de cor(es). Dedos que já não obedecem às vontades do cérebro. O vento acaricia as dores, agora constantes, imparáveis.
Como se a música tivesse desistido de criar e sustentar (a) vida.